No último dia 4 de junho, o governo da Bahia assinou, junto a um consórcio de quatro empresas chinesas, o aditivo contratual que deu o “start” na parceria público-privada (PPP) que visa a construção e a operação do Sistema Viário da Ponte Salvador-Itaparica.
O contrato prevê um cronograma rígido, com prazo de 35 anos, sendo um ano para licenciamento, estudos e projetos; cinco anos para a construção do sistema viário em si; e outros 29 anos para a operação dele, com manutenção e cobrança de pedágio.
Passados pouco mais de três meses do início do prazo, o consórcio já concluiu o anteprojeto, prevendo, além da Ponte Salvador-Itaparica, a duplicação da BA-001 em Vera Cruz; uma nova rodovia na ilha; além de quatro viadutos e dois novos túneis na capital baiana.
Neste momento, as empresas chinesas estão trabalhando na construção dos projetos básico e executivo, previstos para serem concluídos até dezembro de 2025.
Ao mesmo tempo, como já está de posse do anteprojeto de todo o sistema viário, o consórcio já busca a liberação do licenciamento ambiental junto aos órgãos de controle.
Passado esse processo, os chineses devem dar início aos pedidos de desapropriação e também de autorização, junto ao governo da Bahia, à Capitania dos Portos, à Superintendência de Patrimônio da União (SPU), ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), ao IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) e às prefeituras de Salvador e Vera Cruz.
Toda essa parte de projetos, licenciamentos e autorizações está projetada para ser encerrada até fevereiro de 2026, quando o consórcio pretende começar a mobilização para o canteiro de obras, a ser instalado no Estaleiro de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe, Recôncavo.
Na sequência, em maio de 2026, as empresas pretendem iniciar a instalação de uma plataforma provisória Baía de Todos-os-Santos, uma espécie de ponte simplória, para que os operários possam trabalhar na construção da Ponte Salvador-Itaparica.
Concluída toda essa parte preliminar no período de um ano, o consórcio deseja começar, em junho de 2026, as obras da Ponte Salvador-Itaparica em si, com 12,4 km de comprimento sobre a água. A previsão é que a construção dure cinco anos, sendo concluída em junho de 2031.
Operação
De acordo com o cronograma contratual, as empresas China Communications Construction Company (CCCC), China Civil Engineering Construction Corporation (CCECC), CCCC Second Harbor Engineering (SHEC) e China Railway Construction Bridge Engineering Bureau Group Ltd. (CRGB) serão as responsáveis pela operação de todo o Sistema Viário Ponte Salvador-Itaparica por 29 anos, a partir de junho de 2031.
Além da ponte em si, o consórcio deve administrar também quatro viadutos e dois túneis em Salvador, além de duas rodovias no município de Vera Cruz, na ilha de Itaparica, podendo explorar até duas praças de pedágio.
O prazo de 29 anos de exploração, porém, pode mudar. O bahia.ba apurou, junto a interlocutores do governo do estado e também do consórcio, que cada mês de atraso nas obras poderá representar um mês a menos na operação do sistema.
“Se a obra atrasar cinco anos, durando dez no total, os chineses terão 24 anos de operação da ponte. Porque o contrato de concessão é de 35 anos e não pode passar disso. Cada ano de atraso significa um ano a menos de exploração da ponte”, explicou uma fonte governista
“Seria isso, mas não vai atrasar. Vamos cumprir o prazo”, ponderou o inter
locutor próximo ao consórcio.