A Prefeitura de Salvador estuda conceder à iniciativa privada a administração da Praça Thomé de Souza, espaço considerado por historiadores como a primeira praça do Brasil e que abriga o Palácio Municipal e o Elevador Lacerda. O contrato está estimado em R$ 223 milhões e deve ter prazo de 30 anos, segundo informações já publicadas no Salvador Par, empresa de economia mista vinculada à administração indireta do município, criada pela Lei Municipal nº 8.421/2013.
O projeto em estudo está vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), de acordo com a Salvador Par. O contrato prevê concessão do espaço à iniciativa privada, mas ainda não há definição sobre os valores de outorga ou contrapartidas que serão exigidos.
A concessão levanta pontos de atenção relacionados à preservação do patrimônio histórico, uma vez que a Praça Thomé de Souza integra o sítio tombado do Centro Histórico de Salvador. Ainda não há informações públicas sobre pareceres técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acerca da proposta.
Paralelamente, a Prefeitura já confirmou a transferência da sede do Executivo municipal, atualmente instalada no Palácio Thomé de Souza, para o Palácio da Sé até o início de 2026. O prefeito Bruno Reis anunciou que as obras de adaptação estão em andamento e devem ser concluídas até o fim de 2025, permitindo a mudança entre janeiro e fevereiro do ano seguinte.
Iniciativas paralelas também tramitam na Câmara Municipal. O vereador André Fraga (PV) protocolou um projeto sugerindo que a estrutura metálica e de vidro do Palácio Thomé de Souza, desenhada pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, seja transformada em galeria de arte ou biblioteca-parque, ou até mesmo doada para a Universidade Federal da Bahia.
Em contato com a Tribuna da Bahia, as assessorias de comunicação da Prefeitura de Salvador e da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) informaram que não dispõem de dados adicionais e que ainda estão apurando detalhes sobre o projeto.