O Projeto Roda, da Prefeitura de Salvador, completou um mês de funcionamento no último dia 28 de agosto com um saldo de 8.364,46 kg de resíduos recicláveis recolhidos — uma média de 300 kg por dia de operação. A iniciativa pioneira de coleta seletiva porta a porta segue sendo realizada no Centro Histórico, abrangendo áreas como Santo Antônio Além do Carmo, Baixa dos Sapateiros, Saúde, Pelourinho, Rua Chile, Rua Carlos Gomes, Largo Dois de Julho, Avenida Sete de Setembro, Rua da Mouraria e Avenida Joana Angélica.
O veículo elétrico do projeto percorreu, nesse período, 588 km, recolhendo recicláveis diretamente na fonte. Atualmente, 189 estabelecimentos comerciais e 29 pessoas físicas participam da iniciativa, dando destino correto aos resíduos. O Roda beneficia diretamente quatro cooperados e outros 13 indiretamente, gerando renda para trabalhadores da reciclagem. Nestes 30 dias, foram mitigados 126,3 kg de CO₂ que deixaram de ser emitidos na atmosfera.
“O Projeto Roda é um exemplo concreto de como Salvador está avançando na prática da sustentabilidade urbana. Em apenas um mês, já conseguimos resultados expressivos em termos de mobilização social, reaproveitamento de resíduos e redução de impactos ambientais. Para a Secis, é uma satisfação ver a cidade se engajando nessa transformação, conectando tecnologia, inclusão social e preservação ambiental de forma tão eficiente”, destaca Ivan Euler, secretário da Secis.
Ao menos uma vez por semana, o tuk-tuk da Cooperativa de Reciclagem União Nazaré (Crun), que coordena o projeto, realiza coleta na Unifacs Campus Lapa, uma das instituições participantes. Na unidade, situada na Rua da Mangueira, em Nazaré, são recolhidos diversos materiais, sobretudo papéis, agora destinados ao descarte ambientalmente correto.
“A nossa experiência com o projeto tem sido muito positiva. A equipe de atendimento e coleta é sempre cordial e atenciosa, inclusive atendendo prontamente a pedidos excepcionais de coleta extra, devido à proximidade do campus com a cooperativa e à quantidade expressiva de material reciclável que temos gerado semanalmente”, afirma Rafael Gomes, assistente de operações da Unifacs.
Segundo ele, a ação contribui não apenas para o destino adequado dos resíduos, mas também para ampliar a conscientização ambiental dentro da universidade. “Com a perspectiva de expansão do projeto, vejo uma excelente oportunidade de envolver ainda mais a comunidade acadêmica. Professores e estudantes podem colaborar diretamente, participando da separação dos resíduos e apoiando ações de mobilização que reforcem a importância dessa iniciativa.”
Moradores da região podem colaborar com a sustentabilidade da cidade por meio de agendamento digital, feito pelo link alimentesolos.rds.land/roda-salvador ou via WhatsApp: (71) 99957-8803. Podem ser separados para coleta plásticos, metais (como latinhas e pequenas ferragens), vidros, papéis, eletrodomésticos, embalagens longa vida (cartonadas e multicamadas) e óleo de cozinha usado.
Após o agendamento, a Crun utiliza um triciclo elétrico para recolher os resíduos em domicílios, comércios ou instituições cadastradas, evitando a emissão de CO₂ na atmosfera.
O Roda conta com apoio da Limpurb e é coordenado pela Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis). A ação é desenvolvida em parceria com a startup Solos e a Resilient Cities Network, como parte do programa internacional Urban Ocean. O projeto-piloto tem duração inicial de cinco meses, quando será avaliada sua viabilidade permanente.
“Salvador está mostrando como transformar ideias em ações concretas com a iniciativa Roda. A liderança da Prefeitura, da Solos e das cooperativas tem sido essencial. A cidade é referência em qualidade e compromisso em soluções para o Urban Ocean. Estamos muito orgulhosos do progresso da cidade e temos convicção de que este projeto pode inspirar ações ainda maiores”, afirma Malcolm Robinson Campbell, líder de programa na Resilient Cities Network.
Para Saville Alves, líder de negócios e cofundadora da Solos, os resultados mostram o interesse dos soteropolitanos em participar de ações sustentáveis. “O que faltava era a oportunidade. Com o acesso gratuito e na porta, já alcançamos uma taxa de quase 40% de participação entre as pessoas mobilizadas. Nos próximos meses, esperamos aumentar o volume por participante, melhorar a qualidade do resíduo destinado e ampliar os ganhos da cooperativa parceira.”