O vereador do PT, Tiago Ferreira, considerado oposição em Salvador, participou na semana passada de uma agenda de Bruno Reis (União Brasil) e causou bastante polêmica nos bastidores. Inclusive, o prefeito de Salvador usou a participação do edil e aproveitou o momento para alfinetar os adversários na pré-campanha eleitoral de 2024. O gestor evitou citar o principal adversário, Geraldo Júnior (MDB), que se lançou pela base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Tiago chegou a discursar: “Queria, em nome da comunidade de Fazenda Coutos, agradecer o prefeito Bruno Reis, agradecer a vice, Ana Paula Matos. A democracia se constrói dessa forma. Eu sou vereador de oposição na Câmara Municipal, sou do Partido dos Trabalhadores, e estou aqui, como vereador, em um ato institucional. Sou muito orgulhoso em ser filho dessa comunidade”, discursou.
O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, disparou contra o correligionário sendo enfático ao dizer que a situação causou “muito desconforto” dentro do partido. “Claro que cria desconforto, uma tensão na base do PT, na militância do PT, que não entende como pode um vereador nosso de mandato, líder do PT, está participando do evento [de Bruno Reis]. Tudo bem que não era um evento da política, era um evento institucional, mas o que o que fica nesse tempo da internet é a imagem, né? É ele nos braços dos seus apoiadores e do lado o atual prefeito nos braços dos apoiadores dele. Então a cena não ficou boa, não ficou legal”, declarou.
Procurado pela Tribuna, Tiago Ferreira se explicou. “Eu não estava no palanque de Bruno Reis. Estava na inauguração do Restaurante, na inauguração. Estava em um ato institucional. Não estava em palanque, palanque é campanha”, ressaltou. “Pautei o município nesse sentido. Para mim foi um momento de alegria. Consegui conquistar algo importante para a comunidade que me criei”, emendou.
O vereador afirma que a participação foi alinhada com a cúpula do Governo do Estado: “Avisei ao vice-governador que iria participar do ato e ao chefe de gabinete do governador, porque fui eu que fiz a indicação. Tenho uma liderança, que é o governador Jerônimo. No entanto, não sou inimigo do prefeito”.
Tiago afirmou que a participação se deu “para dividir o bolo do prefeito do Executivo”. “Estão questionando o fato de alguém estar me carregando, mas eu estava no toldo aguardando o início do ato, quando carregaram o prefeito e o pessoal me carregou também, para demarcar que o projeto foi meu também. Mas isso não quer dizer que não esteja com o vice-governador Geraldo Júnior”, justifica.
O líder sindical lembra ainda que “nós vimos aqui na Bahia também deputados da oposição subindo no palanque do governador Jerônimo” e que a indicação vem sendo apresentada desde 2021. Questionado sobre a possibilidade de perder a liderança do PT na Câmara Municipal, Tiago Ferreira nega ter ouvido isso.
“Não ouvi isso do meu partido. E se isso está ocorrendo por parte de alguém, é uma tremenda ignorância. Não declarei apoio a Bruno Reis. Não estava fazendo campanha. Como militante do PT desde 2007. Meu posicionamento na Câmara sempre foi na defesa do Partido dos Trabalhadores. Só ouvi especulações da imprensa”, finalizou.
Fonte: Tribuna da Bahia