A 9ª edição da série “Diálogos Ecossistêmicos”, encontro criado para discutir a governança municipal do Parque Marinho da Barra e as oportunidades ligadas à economia azul, foi realizada na manhã desta quarta-feira (30), no Auditório Makota Valdina (Secult), no bairro do Comércio. Com entrada gratuita, o seminário reuniu especialistas e representantes da sociedade civil para discutir soluções sustentáveis para a costa de Salvador.
Oceanógrafo de formação, o secretário municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler, explicou que a governança municipal do Parque Marinho é essencial para garantir que seu uso e preservação caminhem juntos.
“A economia azul representa uma grande oportunidade de desenvolvimento sustentável para a nossa região, mas ela só será plenamente aproveitada se houver um modelo de gestão participativa, transparente e comprometido com a conservação dos nossos recursos marinhos. A sustentabilidade precisa estar no centro desse debate, não apenas como princípio, mas como prática concreta”, afirmou Euler.
Para a titular da Secretaria Especial do Mar (Semar), Maria Eduarda Lomanto, a parceria com a Secis tem como objetivo não apenas tratar da beleza e potência da Baía de Todos-os-Santos, como a segunda maior baía navegável do planeta, mas pensar dentro de um olhar de desenvolvimento econômico e social.
“É preciso buscar a responsabilidade sustentável, preservando esse grande ativo que temos, que é o caso do Parque Marinho da Barra, melhorando este ambiente e buscando atingir a sensibilidade da população”, disse.
A titular da Semar acrescenta que o município já trabalha na elaboração de um plano de comunicação para a Baía. “A ideia é promover a consciência de que se tira do mar cerca de R$ 1,7 bilhão de receita, seja através da gestão portuária, no turismo e em várias iniciativas integradas. E, para isso, participamos com projetos junto ao Planejamento Estratégico da Prefeitura”, completou a titular da Semar.
Amazônia Azul – Ainda segundo Lomanto, o fato de o Parque Marinho estar tão perto da praia, onde a organização para visitações pode ocorrer de forma mais estruturada, é um grande privilégio.
“No resto do mundo, essa relação é mais distante. Já em Salvador, temos esse ativo, que também é uma preocupação, pois a necessidade de cuidados com a vida marinha aumenta. É um meio ambiente muito rico, com seus 153 naufrágios próximos à costa. Vale pensar que o potencial de mergulho que temos ali é único e precisa ser divulgado para o mundo saber. Por todas essas potencialidades é que Salvador é a capital da Amazônia Azul”, prosseguiu a secretária.
Além disso, explicou, o mar gera renda para diversas famílias e o tripé formado por gestão pública, iniciativa privada e sociedade civil organizada configura o grande segredo para demonstrar o potencial de desenvolvimento econômico e social da Baía de Todos-os-Santos.