Por Hieros Vasconcelos
A Polícia Civil da Bahia deflagrou na quarta-feira (16) a Operação Pescados, para fiscalizar feiras livres de Salvador com o objetivo de coibir a venda de alimentos impróprios para o consumo durante a Semana Santa. As fiscalizações ocorreram nas feiras de São Joaquim e Sete Portas, onde os agentes encontraram peixes e camarões armazenados de forma inadequada, sem refrigeração adequada ou expostos ao sol. Também foram apreendidos caranguejos juvenis, cuja captura e comercialização são proibidas por lei ambiental.
Durante a operação, duas pessoas foram presas em flagrante. Um dos detidos estava com uma pistola municiada dentro de um veículo, enquanto o outro foi preso por comercializar mercadorias impróprias para consumo. Além disso, cinco mulheres foram conduzidas à delegacia e autuadas por contravenção penal. Com os investigados, os policiais apreenderam 41 máquinas caça-níqueis, um revólver, dinheiro, uma faca e máquinas de cartão.
A ação foi coordenada pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) e contou com apoio de diversos órgãos, como a Adab, Visa, Ibama e Guarda Municipal.
Para o delegado Odair Carneiro, diretor do DCCP, a operação visa não apenas combater o crime, mas também proteger o consumidor em um dos períodos mais críticos do ano para o comércio de pescados. “O foco é combater crimes patrimoniais, fraudes no comércio e venda de produtos ilegais”, reforçou em nota da SSP-BA.
A iniciativa acontece em um momento de alta demanda por peixes e frutos do mar, tradicionais na Semana Santa. Segundo especialistas, o acondicionamento inadequado desses alimentos pode causar sérios riscos à saúde, como intoxicações alimentares. Para garantir a segurança, é fundamental que os produtos estejam refrigerados ou armazenados sobre gelo, com odor fresco e aparência translúcida no caso dos peixes, e carapaças firmes no caso dos crustáceos.
De acordo com a Polícia Civil, a Operação Pescados deve continuar nos próximos dias em outras localidades da capital e região metropolitana, intensificando a vigilância em torno da cadeia de comercialização de pescados durante a Semana Santa.
Orientação
A orientação dos órgãos de saúde é que o consumidor evite comprar em locais onde o pescado esteja exposto sem proteção ou refrigeração, e fique atento a sinais como olhos opacos, cheiro forte e textura pastosa, que indicam deterioração. A Vigilância Sanitária reforça que denúncias podem ser feitas em caso de suspeita de irregularidades.
Para especialistas em saúde e segurança alimentar, como os do Instituto de Pesca e da própria Anvisa, o transporte dos pescados também deve ser feito com cuidados. Usar sacolas térmicas, evitar longos percursos com o alimento sem refrigeração e congelar imediatamente ao chegar em casa são medidas recomendadas.
A SSP reforça que a população pode colaborar com as fiscalizações, denunciando irregularidades de forma anônima por meio do Disque Denúncia (181).